Avanços da noite
Minha caçada começa no obscuro do anoitecer,
mas ao contrário do que pensam,
a noite não é dos malvados
O negrume sobrepõe a identidade,
o rosto torna-se ábdito
e apenas o olhar furtivo permanece aceso
Corredor clandestino da floresta,
faz caminhar em passos tênues,
contorcendo-se na sombra dos galhos,
afim de fugir do lampejo da lua
Perspicácia nos dedos atraem um desígnio tentador,
o lapso se faz presente
apenas para observar o bailado dos pássaros zarpando a treva
A noite não é dos malvados,
e o desacerto se faz certo em meio a escuridão