A pausa.
Quando se faz uma pausa no pensar como uma opção para a integridade da alma.
Com a premissa de que nem todo dia se precisa ser transparente.
Atentando-se para que o postergar da análise do que se sente não ser mais que transitória.
Não ser mais que um instrumento de elucidação da confusão da mente.
Percebe-se que as tais emoções surgem com a mesma facilidade do ar que se respira.
E podem ser puras ou rarefeitas.
Contaminadas pelo meio ou simplesmente se esconderem dos olhos atentos.
Com nuvens que escondem os humores até o precipitar inevitável de uma chuva.
Que por vezes limpa e por vezes enlameia o território interior.
Tenta-se separar a intuição do medo de errar.
Tenta-se ignorar o incômodo de feridas que parecem ter sido cicatrizadas ontem.
E evitar qualquer contato físico ou em palavras se torna oportuno para não escorregar no chão molhado.
Ouve-se pisadas firmes de quem sabe que cair também faz parte, mas se acha em despreparo de lidar no momento com as quedas do caminho.
Percebe-se a inquietação de lidar com o que não se pode controlar.
A alegria da novidade se mistura com o pânico de tudo que se construiu involuir para as ruínas.
A dúvida faz o sangue correr apressado.
Esfria as mãos e tensiona a fronte.
Os dedos exigem movimentos.
E o interior explode em palavras escritas.
O alívio entra em ação antes da verdade ser revelada.
E o subconsciente alimenta a ilusão de que se pode escolher depois.
A razão exige evasão de interação humana.
E a mente adormece para não lidar com as cobranças próprias da vigília.
Reconhece-se o sistema danificado.
E se torce para o hiato ser despejado da rotina sem retorno.