A alma e sua sina



Ainda ontem choveu intensamente em minha alma, que assistiu as águas descerem desesperadamente à rua, tentando secar e causar uma frieza à paisagem da minha memória, que se apegou ao cheiro da terra molhada, vindo com o vento forte, que sacudiu as cores do arco-íris, para reanimar o triste fim de tarde, rápido surgiu a sombra do sol todo prosa, por detrás das nuvens, ele parecia se esconder, e ia se despedindo, gostando de ver os meus olhos se espelharem na vontade que nunca passou, mas se acostumou a espiar o amor, pelo interior do muro, mas com uma louca vontade de correr beijando a vida, ah vida, até o fim das águas que foram se abrigar no mar. Absorver a compreensão suave, sempre com o gosto de gratidão por mais um dia cheio de encanto e de versos, que sejam versos frágeis mas cheios de sentimentos, quando ainda se percebe a certeza de que  os seus caminhos transportam à esperança.  Nada está perdido, há tanta energia que vem de dentro, tanta meiguice, fazendo qualquer paisagem melancólica ser a mais linda e afável! Não importa se em você existe um sonhador que chora ao abraçar a sua realidade... Não chore. Na vida há pouco tempo para o lamento. O tempo não consegue apagar as nossas lembranças, muito menos transforma a alma que se refresca na brisa da felicidade, sonhar é preciso, sempre, na sua realidade é você quem dá o toque de fantasia, a minha alma é sempre um pouco de sol, um pouco de chuva, um pouco de noite, ela vive a sua eterna juventude, porque cada alma tem a sua sina, a sua idade, algumas estacionam nos vinte e um, vinte e três, sem serem insensatas, apenas são o que são, não conseguem ser escuridão, só luz, não se transformam em amargor, mas flutuam cantando, escrevendo o amor.


 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 09/10/2017
Código do texto: T6137989
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