GALOPANDO LIVRE

Novamente corro livre pelo céu.

De minha constelação olho os caminhos que já trilhei;

analiso os que me aguardam;

ouço os que pedem meu retorno, e os que querem que caminho eu seja.

Meu arco aponto,

e minha flecha o firmamento cruza.

Vai seguindo entre estrelas que brilham como faróis,

tentando um porto me mostrar.

De minha constelação fico a observar,

encantado com meu brilho que ressurge.

Sim, novamente brilho,

como nunca deveria ter deixado de brilhar.

Sou homem, e sou animal;

Sou consciência, e sou instinto;

Sou razão, e sou emoção;

Sou eterno, e sou mortal.

Sagitariano volto a ser,

e de minha flecha bússola fazer.

Das águas de Aquário saio livre e agradecido a uma estrela

por ter mostrado ao centauro os erros do homem.

Trago comigo lembranças dela,

e guardo lembranças nossas.

Deixo com ela o que de nós quiser guardar,

o que de mim quiser lembrar.

Galopo livre,

e o arco aponto.

As estrelas brilham,

e me permito aventurar.

Apontar para Capricórnio, e conhecer;

Acertar Libra, e rever;

Cair entre os cardumes de Peixes, e carinhos ganhar;

Penetrar o brilho de Virgem, e saborear sua inocência.

E aventurando sigo, encantando-me com os brilhos de Leão e Câncer,

para depois desejar a intensidade de Áries, Touro e Gêmeos.

Apontar, disparar a esmo, e seguir livre?

Conhecer, aprender, descobrir?

Não. Apenas ter, apenas sentir.

Ter mais uma vez os carinhos de Escorpião, que em meu socorro veio.

Sentir novamente o doce veneno de seu amor meu corpo tomar como antes.

E, então, simplesmente o arco baixar, a flecha guardar, e me entregar...

31/07/07

Balbueno
Enviado por Balbueno em 19/08/2007
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