Temporais e outra coisa
Uma lágrima se misturou aos pingos da chuva
No temporal a lágrima derradeira misturou-se
A tempestade carregou consigo todo o lamento
A água que caiu do céu banhou toda a essência
Correu pelas ruas e avenidas a lágrima doída
Vazou pela enxurrada o que esteve além demais
Ocorreu uma tempestade que foi notícia triste
Nem tantos estão preparados para uma tempestade
A natureza é soberana tanto quanto o tempo
Muitos choraram e choram por causa dos temporais
Foi chorada a lágrima tão dolorosa quanto as alheias
Estão retirando literalmente a lama das casas
Quem se despediu daquela lágrima está em reforma
Não há inocentes pelos estragos causados pela chuva
Todos são responsáveis pelo abuso da natureza
Infelizmente outros desastres ocorrerão e serão piores
Não se joga lixo onde não se deve; uma lógica ignorada
Não se ousa mexer com o equilíbrio; desastre óbvio
A consciência implora para ser usada por todos
É imprescindível cessar irresponsabilidades já
Também é preciso não ser um ímã de escombro emocional
Nem natureza e nem tempo serão alterados como se deseja
Ação e reação é uma fórmula real, justa e imutável
A lágrima mortal, misturada a chuva, foi ser outra coisa