DÓ DE MIM
Ter dó dos outros não deveria fazer mal
Mas sempre que tenho este sentimento
Me vejo preso a alguém
Sentir dó sempre me desarma
Me fazendo aceitar situações
Que eu mesmo julgava como Inaceitáveis
Mas logo me vem a dó
E tudo passa a ser como uma missão
Em que tenho que acolher, proteger
Como se eu tivesse pela frente
O dever de corrigir uma injustiça
E assim, acabo sempre me envolvendo.
Me entregando, até que um dia
Percebo que cumpri tão bem minha missão
Que aos poucos vou me tornando dispensável
E nestes momentos que antecederam o abandono
Foi quando mais necessitei de alguém
Que também tivesse dó de mim.