Um Adeus...(?)

Em alguns dias, acordo pela manhã, e a vida parece simplesmente errada. Simplesmente inexistente. Nós nascemos, crescemos, morremos e no meio de tudo isso, criamos laços, laços esses que acreditamos durar para sempre. Já fazem dois invernos desde que te conheci, mas faz apenas um verão desde que você sumiu. Os últimos tempos vêm sendo difíceis, eu admito. Ainda assim, nada que eu não superaria se você ainda estivesse aqui. Às vezes é difícil continuar fingindo a pessoa bem-humorada e sempre feliz que eu costumo aparentar ser para as outras pessoas. A verdade é que os dias são cinzas e as madrugadas são mais escuras do que nunca. Me pergunto onde está a alegria que já senti um dia, mas ainda não tenho respostas. Em fato, muita coisa mudou desde que tudo acabou. Em alguns momentos é simplesmente doloroso olhar através das lentes dos meus óculos, mas ainda mais doloroso é olhar através destas lentes, e não enxergar mais ninguém no mundo. Estou só.

Durante algumas noites, eu ainda perco horas me perguntando por que tudo aquilo aconteceu. Me pergunto a razão de você ter feito tudo aquilo. Aquelas palavras ainda machucam meu coração mais do que qualquer lâmina neste mundo poderia fazer. Ainda ouço sua voz dizendo tudo aquilo, e isso me corrói. Eu ando pelas ruas, e sinto medo de te encontrar novamente. Não sinto medo de você me ver, mas sim de que eu te veja, e que isso me machuque ainda mais. De fato, já faz algum tempo, mas eu ainda perco o sono. Ainda sou infeliz. Ter notícias suas ainda me magoam, mas ver você novamente, talvez com outra pessoa, me machucaria de uma forma que não posso descrever.

Eu amei você em cada um dos dias e a cada segundo que tivemos juntos. Tanto amei, que ainda não pude te esquecer. Onde está você? Certas vezes me pego relembrando de nossos dias de ouro enquanto olho as estrelas, e outras simplesmente não consigo contar as lágrimas que surgem em meus olhos ao lembrar de cada palavra de amor, que hoje parecem apenas piadas de mau gosto que me foram contadas. As lembranças são um veneno incurável para alguns. É triste lembrar com detalhes de alguém que no fim apenas me fez tão mal, mas ainda assim penso no nosso primeiro encontro, em nossas idas ao parque e da tristeza de te ver partir no fim do dia.

Hoje eu apenas rezo por paz. As mentes mais destrutivas são aquelas as quais possuem tempo para rever em suas memórias cada momento de dor vivido. Minha alma está longe de alcançar a paz, tal como meu ser encontra-se incapaz de encontrar a felicidade genuína e tal como meus olhos estão impedidos de passar mais de um dia sem chorar pela falta que aqueles dias alegres me fazem.

Eu assisto aos noticiários, e vejo histórias de pessoas que simplesmente desistiram de viver por sentirem-se distanciadas da felicidade que o ser humano tanto procura. Já não me sinto tão diferente de quais quer um deles. Saibam, meus amigos, que foi uma honra compartilhar de bons momentos com cada um de vocês, e que independente do plano em que nos encontremos, estarei com vocês. Já é tarde, e é chegada a hora da minha partida. Não existem neste mundo palavras que possam expressão minha gratidão por todos que, dia após dia, esforçaram-se para me trazer de volta a esperança que um dia já tive. Fiquem em paz, e lembrem-se de mim da melhor forma que puderem. Não como um homem triste a beira de seu fim, mas como aquele que um dia já foi capaz de lhes trazer alguns risos, e até mesmo bons momentos. Este é meu único desejo. Sejam felizes, tal como eu não pude ser.

Peter Claus
Enviado por Peter Claus em 02/09/2017
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