O FORASTEIRO

Chegou na calada da noite

Era o assunto do momento na comunidade

Suas palavras irradiavam amizade pronta

Emolduradas por belo sorriso

Mesmo que a resposta fosse evasiva:

Cheguei conduzido nas asas de anjos

A outros dizia com olhos de amedrontar:

Aparto o joio do trigo

E por ordem da Tentação

Estou aqui pra escolher almas.

Desfilava com um belo cavalo

Adquirido logo nos primeiros dias

A todos, pagava rodadas de cerveja e cachaça

Prá uns passou a ser o forasteiro

Pra outros, o caubóy.

Bonito? Nem tanto, porém garboso

E o mistério lhe acrescia atração

As adolescentes arriscavam tímidos olhares

Em resposta, erguia a aba do chapéu

E seus olhos claros e sorriso zombeteiro

A(s) devoravam de cima, abaixo

Prá que corressem saltitantes

Entre receio e gargalhadas assanhadas

Assim como chegou, partiu

Envolto em mistérios

E na garupa de seu garboso cavalo

A mais bela jovem do local.

Idemar
Enviado por Idemar em 26/07/2017
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