Tudo ou nada

Não sei ser ponderado

É sempre assim: tudo ou nada

Ainda quando o tudo parece nada

E nada é como tudo parece

Nascemos com tudo

Morremos por nada

Criamos o tudo a partir do nada

E quando desalentados, o nada é tudo

Há detalhes em tudo

Há segredos no nada

Falo com tudo, o nada que há em mim

Murmuro sobre o nada que há em tudo

Porque parte é o que deixo inteiro

Parte é o que não sobra, ainda que sombras

Enquanto crio pontes entre um e outro lado

Voo manco e calado