Uma só lágrima
O que será que se passa naquela mente ao qual desconheço?
O que se passa na minha ao qual pensa no que certamente não devera-me interessar?
Mas convenhamos, é curioso como ele sente,
O dissabor está transcrita no seu olhar,
É uma mistura de ânsia angustiante, tanto quanto amar
Aquela ao qual partiu.
Devera pensar que pudera ser eu?
Não, pois já reconheço como sendo.
Aquela aflição é tão parelha quanto a minha
Sinto ela em comunhão.
Não posso considerar isso como dor ao próximo,
Seria hipocrisia.
No entanto a similaridade no nosso tormento
Hoje nos faz uma só lágrima.
O que quero dizer,
É o que simplesmente não quero,
Pois não há o que ser dito.
Eis uma complexa disparidade de conversação
Entre a dor de dois desconhecidos.