Na livraria



Arrumo um tempo só meu,
Para sentar, tomar um café, pensar, sonhar,
folhear um livro, com pouca luz, na cafeteria.
Gosto,
De olhar a salada fria, os molhos, o queijo,
Uma perfeita combinação,
Na livraria me sinto acomodada
quase em casa, exceto pelos outros ao meu redor.
E as descobertas!
Quantos livros maravilhosos.

Depois, pelo cair das horas,
Fico me imaginando já na praia de Iracema,
Num canto sozinha, dum bar, uma taça de vinho.
Quando saio de lá, pela rua falando sozinha,
Digo para mim mesma; _Estive no mundo do tédio,
Vi tantos rostos distante, apartes, solidão
estampada em algumas pessoas
que não sabem o que fazerem consigo mesmas,
Perderam a fé em Deus?

Volto aos livros,
O meu olhar percorre as alas divididas
por prateleiras, organizadas por tantas sessões.
Na livraria
todos somos estranhos de nós mesmos,
Tentando algo num livro que nos identifique,
Alguma frase acalentadora, à alma.

Penso nas pessoas que eu amo,
Penso que nesse instante me sinto um livro,
daqueles bem escondido
Num canto esquecido, lá no fundo,
Sem nenhum problema, sem desilusão,
Olho satisfeita, um deles, aqui em minha mão.

 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 21/04/2017
Reeditado em 21/04/2017
Código do texto: T5977311
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