A TARDE FINDA...

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Balanço da cadeira na varanda azulada
Ao cair da tarde na campina
Mãos enrugadas repousam serenas

Olhos sábios observam plácidos o cair do Sol
Os pensamentos bucólicos vagueiam lentos
Como que acompanhando o desabrochar de uma rosa

A claridade vai dormindo no horizonte
Madeixas brancas balouçando na cadeira suspiram
E um sorriso calmo nasce entre os finos lábios

Com a tranquilidade que os anos vividos permitem
O corpo arredondado se ergue devagar
Na mesinha ao lado acende o lampião

Com um delicado aceno
Se despede da primeira estrela que avista
E entra no refúgio sagrado de seu lar

Um chá quentinho com algumas gotas de leite
Passos silentes camisola de flanela
Solidão não sente dentro d'alma

Em sonhos suaves luminosos
As memórias do companheiro que os anjos levaram
Aquecem as saudades do seu coração

O sono cálido vai selando as pálpebras confortadas
A paz invade o pequeno corpo inteiro
Um ressonar baixinho lembra o farfalhar de folhas

A manhã ainda tarda a chegar
E na surdina lá fora
A Lua reina absoluta no firmamento
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 18/04/2017
Reeditado em 20/04/2017
Código do texto: T5974640
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