Implosão

Como sou masoquista

Já que pouco a pouco

Vou machucando-me

Afundando-me

Como se a morte sempre viesse de modo fugaz

Com acidentes, ou aleatoriedades da vida

Doenças, violências entre outras dessas belezas

Já eu...como

Não exageradamente, mas um pouco a cada dia

Sinto meu corpo mudar, gerar pequenos incômodos

E isso me mata de frustração

Como falar disso? Que acaba sendo tabu..

São tantas algemas sociais

Que acabo calando-me

Entre sorrisos e garfadas

Porque no final das contas

Comida não decepciona

Que mesmo se ela for 'ruim'

Ela ainda mata

Sua fome

Edu Campagnolo
Enviado por Edu Campagnolo em 10/02/2017
Reeditado em 21/02/2017
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