Luas e fases
Quando sair dentre as nuvens saiba que me deve explicações!
Como pode ser? Durante o dia tão indefesa e dotada de timidez, para depois comprometer, confundir e seduzir com total ser?
Como quem acredita no imutável, o ser, realmente supera aquilo que é!
Então porque me olha com olhos simpatizantes? se te encaro e não vejo nada além de silencio, solidão e indiferença?
Admito que ao olhar para o alto, reconheço que és, pois na verdade em sua multiplicidade mesmo sendo uma, transparece tua vaidade.
Tu te olhas no espelho das águas, se contempla e se engradece por estar em um alto lugar. Tu estas feliz e me mostra como podes.
Moça de brilho imprimido quanta implicância! Rejeitas o amanhã como quem rejeita o suportar das dores.
Porque me espiona pela janela do quarto? O que procuras quando repouso? Para mim há vida, quando de dia, tu te lamentas e chora.
Quando a noite passa o senhor do dia, com brilho e beleza ímpar, sente o sabor saldado e frio da aragem. E chora evaporando todas as lágrimas da noite, perguntando-se o que tivera feito para merecer tamanha condenação.
E você com toda a sua tibieza e ao mesmo certeza, não ver com clareza que nem tudo que transparece realmente é, mas você é mesmo!
Enrola-se no lençol das nuvens escondendo o brilho imprimido, borda em si, cada contemplação e se engradece por estar no mais alto lugar. Porem, por conta de um orgulho bobo recusa-se reconhecer o quão triste é sua vida sem aquele calor que abranda a aragem.
M.Laís