Efêmera Vida
 
Por isso me pergunto: por que calamos a voz na garganta e nos ferimos a alma de espinhos? Por que ancoramos no fundo rio o que nunca foi dito, o que tanto gostaríamos de viver, de caminhar, abraçar, amar? Por que ignoramos o que faria o bem, a felicidade nossa e de outrem? Por que nos escondemos na solidão e na fuga de nós mesmos? Guardamos nossa honestidade, vestimos nossas velhas máscaras e seguimos nossos dias ao largo de nós mesmos... Nem ao menos paramos para refletir a efemeridade da vida, a areia que escorre, lépida e silenciosa, em nossa ampulheta do tempo... Por isso me pergunto: por que calamos a voz na garganta e nos ferimos a alma de espinhos?