TOURO DE ALGODÃO

Au monsieur MABONZO Kalimasi

Um Zangão aterrissou em minha casa.

Deitou na cama da Abelha Rainha,

E algo estranho aconteceu. Ele não morreu.

Ela o amou. Fez um cafuné e o mesmo adormeceu.

Parecia o Minotauro, mas era Teseu.

Touro de algodão.

Ascendente em escorpião.

Lua leonina parece até que foi sina

De me conhecer mulher, enquanto ainda era menina.

Eu o olhei e percebi que ele tinha

Braços de proteção. Costas da muralha da China.

Olhos de lua minguante. Amor de Paroxetina. Imagina?

Príncipe crescido. Rei surgido.

Postura de Rei, Cetro de rei.

Chacra da Coroa de Rei.

E como um Rei, ele Reina.

Vossa Alteza Congolesa me apresentou uma Beleza.

A de ver o Pôr do sol quantas vezes eu bem queira,

Só bastava papel, lápis e, de vez em quando,

Puxar um pouco, para frente, a cadeira.

Mas, por favor, Psiu! Silêncio! (para não haver mal- entendido).

E, além disso, o dia virou noite e daqui a pouco a noite vira dia

Enquanto ele dorme, eu lhe oferendo minh’alma em poesia.

Inaê Sodré
Enviado por Inaê Sodré em 14/10/2016
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