Quando abro os olhos para o mundo

Quando abro os olhos para o mundo,

sinto a fome do homem,

sinto a raiva que come,

vejo a vida que morre.

Quando abro os olhos para o mundo,

sou mais humano, menos feliz.

Presencio a fome, a dor e a falta de amor.

Sigo os passos de um suposto criador.

Um criador surrealista.

Venerado por uma multidão politeísta

que sustenta um sistema capitalista.

Administrado por uma corja egoísta

que se diz beneficente.

Grande titereiro manipulador de mente.

Quando abro os olhos para o mundo,

bebo da fonte turva do adultério.

Aprecio o beijo quente de uma boca sem amor.

Venero lábios que chamam por outro nome.

Vomito mentiras para quem me ama,

esperando apenas o prazer na cama.

E nesta cama deixo um feto.

Um Ser quiçá afortunado.

Livre das impurezas,

desprovido de maldade.

Proezas da menor idade.

Quando abro os olhos para o mundo,

vejo a fome que mata,

sinto raiva da vida,

vejo o homem que morre.

Renato A
Enviado por Renato A em 19/08/2016
Código do texto: T5733837
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