Escrava do Tempo

Sou do tempo escrava

Não dou conta de minha lavra

Por mais que tente

O tempo urge

Ruge

E me trava

Sou escrava do tempo

Dele fico refém e cativa

Algemada em horas

No tronco dos minutos sou lacerada

Não relaxo nem nos rápidos segundos

Sou escrava do tempo

Vivo nos pequenos instantes meninos

Me revigoro nos ínfimos momentos

Viajo apenas nas letras

Sonho em versos úmidos

Molhados pelas minhas lágrimas

Sou escrava do tempo

Esse tempo que me desenquadra

Me maltrata e tange tal qual gado

Me consola o som da sineta em meu pescoço

Que me acorda para uma nova jornada

Sou escrava do tempo

Tempo esse que inebria e desafia

Vida sem tempo que multiplico em poesia

E assim sendo me impulsiona com ébria alegria

E vou seguindo minha falta de tempo

Me regalando nos poemas

Ouvindo a VOZ que me diz

- não temas...

Cristina Gaspar

Rio de Janeiro 03 de maio de 2016.

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 03/05/2016
Código do texto: T5624360
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.