Divinas Mentiras

Não , não eram meias verdades

Eram mentiras

Mentiras . . menores ou maiores

De uma honestidade impar

De uma simpatia apaixonante

De uma verdade indiscutível

Tudo começou quando a verdade lhe doeu

E doeu tanto que não desejou isso

Pra mais ninguém

Ninguém merecia sofrer por verdades

E começou a mentir

Pra todos, pra quem necessitasse

Mentiu pra pessoas sofridas

Pra meninos inábeis

Pra meninas feias

Pra mau sucedidos

Pra idosos carentes

Pra crianças diferentes

Mentiras consoladoras

Mentiras fortalecedoras

Mentiras que levantavam

que ajudavam

que afirmavam

Mas eram mentiras

Ousou contrariar a frase

" A verdade acima de tudo "

Porque via a felicidade

Em quem atentamente lhe ouvia

Em quem alegremente lhe ouvia

Em quem fortalecido saia

E a verdade o machucou de novo

A triste verdade o feriu e novo

Mas decidiu usar em si

O remédio que usou nos outros

Não iria se entregar a verdade

A imbecil verdade hipócrita

Talvez ele estivesse pagando agora

Por uma vida inteira de mentiras

Pagando com seu corpo definhando

Com seu cérebro doente como nunca

Mas ele continuou mentindo pra si mesmo

Continuou sorrindo até o fim

Talvez se pudesse contaria

Sua ultima mentira verdadeira:

Em seu ultimo segundo

Um vulto se aproximou de sua cabeceira

Talvez fosse um anjo pra levar-lhe

Talvez o próprio Deus

Com olhos de uma compreensão divina

Com um sorriso maroto de canto de boca

Como quem diz: Eu sei de tudo !

O vulto se aproximou mais

Pôs a mão em sua testa e

Deslizando pra baixo fechou seus olhos

E sentiu a mão quente na sua já gelada

E ouviu uma voz, um sussurro como um vento

Um doce e confortável vento

Vem comigo ! Obrigado por tudo !

PoetaDan
Enviado por PoetaDan em 05/02/2016
Código do texto: T5534907
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