COM OS COLIBRIS POR COMPANHIA


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Com ternura e devoção sombreei meus olhos
Para não enxergar o óbvio da sofrida questão
Era tão fácil perceber e eu me recusava a ver
Tão claro era o fim de nossa intensa relação
Cada sinal estava espelhado em seu semblante
A omissão da entrega era nítida em seus beijos
Frios estavam os seus abraços, antes tão cálidos
Cego de amor eu me abstinha de entender o fato
Você partiu sem adeus ou aceno de despedida
Deixando um traço de seu perfume floral pelo ar
Jamais me esquecerei do seu porte altivo na porta
Você estava muito segura de sua decisão na saída
Sequer chorei vendo o caminho de seus passos
Uma dor tão profunda dentro do peito queimava
Não havia retorno naquela situação já tardia
Dias passados e eu ainda não sei como me reerguer
Fico aqui sentado na cadeira da varanda silente
Com um vazio dentro da alma sem rumo e direção
Apenas os colibris ainda me fazem companhia
Talvez compreendendo o meu imenso sofrimento
Me sinto sem vida...
 

Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 2016.
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Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 12/01/2016
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