NÃO SUPORTEI
Cristina Gaspar
Rio de janeiro, 13 de novembro de 2015.
Hoje com o espírito pleno e reconfigurado
Vi o quanto fora fraco naquele dia infeliz
Nada conseguira me fazer voltar atrás
Acho que não mais pensava ou pensava demais
Ficava me recordando das tantas surras que levei
Sem motivo, só violência pura, pobre dos meus ais
A bebida levou de meu pai a sanidade por anos
E em mim ele descarregava todas as suas cruzes
Sofri deveras calado e machucado sem reagir nunca
Vi o quanto fora fraco naquele dia infeliz
Nada conseguira me fazer voltar atrás
Acho que não mais pensava ou pensava demais
Ficava me recordando das tantas surras que levei
Sem motivo, só violência pura, pobre dos meus ais
A bebida levou de meu pai a sanidade por anos
E em mim ele descarregava todas as suas cruzes
Sofri deveras calado e machucado sem reagir nunca
Jovem ainda, eu era, sem amigos para desabafar
Sem ver uma só luz no horizonte, desisti afinal
Me vi olhando aquele mar batendo forte nas pedras
A vela turva, da minha existência por fim se apagaria
Pulei e mais nada vi, nem luz, nem mar, nem pedra
Senti aos poucos o ar dentro de mim retornar, de leve
Muitas mãos me amparavam, disseram, calma!
Nunca senti tanta paz em minha pequena vida
Pela primeira vez me senti amado
Então soube, que morri
Sem ver uma só luz no horizonte, desisti afinal
Me vi olhando aquele mar batendo forte nas pedras
A vela turva, da minha existência por fim se apagaria
Pulei e mais nada vi, nem luz, nem mar, nem pedra
Senti aos poucos o ar dentro de mim retornar, de leve
Muitas mãos me amparavam, disseram, calma!
Nunca senti tanta paz em minha pequena vida
Pela primeira vez me senti amado
Então soube, que morri
Cristina Gaspar
Rio de janeiro, 13 de novembro de 2015.