AH! SE O TEMPO VOLTASSE...

Numa outra época tradicional em anos distantes
Os namoros eram fugidios mornos e alguns secretos
Um tornozelo aparecendo sob as saias flutuantes
Geravam brigas e forçados casamentos eram certos
 
Passeios respeitosos controlados por acompanhante
Nada de namorar sozinhos sem os pais por perto
Emoção em simples roçar de dedos suor arfante
Namorar era considerado como compromisso certo
 
Muitos jardins foram testemunhas de beijos furtivos
Daqueles que colorem as faces e arrepiam os pelos
Tudo virava baile festa bingo e quermesse sem motivos
Casais cercados de mimos olhares e muitos zelos
 
Banquinhos de praça realejos circos e fantasia
Buquês perfumes bombons e sonhos ofertados
Tudo com muita ternura doçura e franca harmonia
Paixões ardentes e furtivas vulcões arrebatados
 
Havia mais decência generosidade respeito e cortesia
Claro que também haviam as matreiras articulações
Politicagem ardis coronelismo interiorano e hipocrisia
Desde que o mundo é mundo existem essas situações
 
Época de sonhos paixões violentas e fugaz alegria
Um destempero causava duelos e muitas vezes brigas
As emoções afloravam fortes e cheias de harmonia
Havia muita competição até mesmo entre amigas
 
Se passasse dos vinte sem estar casada era tormento
Se não houvesse geração de filhos a mulher era infértil
O Homem podia até pedir a anulação do casamento
E muitas vezes o homem não sabia que não era fértil
 
Como eram bem frequentadas as missas de domingo
Era um ponto de encontro para famílias congraçarem
Muitos enlaces foram combinados em familiar bingo
As artimanhas armadas para casais se conhecerem
 
Tempos de muita luz alimento farto saraus e poesias
Muitos amores se firmaram em doces serenatas
Momentos felizes familiares e de muitas alegrias
Pena que o mundo tanto mudou em tensas bravatas
 
Hoje os valores são outros e esquecidos os de verdade
Quem dera a violência e o descaso pudessem ser aplacados
Os dias fossem de glórias bênçãos e muita felicidade
Bons momentos seriam com amor sempre lembrados
 
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2015.


 
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 22/10/2015
Reeditado em 22/10/2015
Código do texto: T5423659
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