Um matuto na cidade.

Boa tarde meus cumpadres,

Me chamo Chicão,

Venho lá do Mato Grosso

Terra do meu coração.

Vou te contar a história

Do dia que conheci a “capitar”

Brasília é mesmo linda

É “difici” dela num se agradar.

Logo ao chegar lá

Eu vi um “homi” estanho

Se chamava Oscar “Nimair”,

Só falava nos seus “prano”.

-Meu nome é Oscar Neymaier,

Sou arquiteto renomado!

Fui eu que projetei Brasília

Por isso meu nome por todos é lembrado.

O chamei pra “prozear” mais,

Mas nem me deu “os cabimento”,

Disse que “tava” apressado,

Tinha que preparar o cimento.

Vê se pode uma coisa “dessa”?!

Me deixar falando sozinho.

Também não quis mais saber de papo

E sai pilotando meu carrinho.

Quando ia pelo caminho

Um som me chamou atenção,

Era um batuque diferente

Eles eram a Legião.

Parei pra escutar um cadinho

Mas não gostei do muito do som

Esperava mermo que eles tocassem

O velho sertanejo do “bão”!

Olá eu sou Renato Russo

Vocalista da Legião

Toco rock e mpb,

Sou brasiliense de coração.

“Cá pra nois perfessora”?!

Eles eram “mei lezados”

Só gritavam ainda é "ceeedo"

Tive que dizer que “tava” atrasado.

Continuei o meu passeio

Até o palácio do “Pranalto”,

O bairro mais perigoso

Lá vivi tendo assalto.

Logo que desci do carro

Dona “Dilminha” vi acenar

Voltei batendo o pé na bunda,

Para o cartão do bolsa “famía” num tomar.

Oi eu sou a Dilma

Concorro à eleição

Se eu ganhar prometo

Não haverá mais inflação.

Eu sou matuto, mas não besta.

Não caio nessa “cunverssa”

Pois com 50 anos de vida

Não conheci esse politico que presta!

Me bateu uma saudade do Mato Grosso

Da viola pra eu tocar

Dos “boi” pra mim tanger

E da “muié” para namorar.

Lá tudo é mais “simpres”

Não tem esses “preidão”

Feliz é quem tem sua casinha

E sua terra para “prantar” feijão.

Sinto falta também dos “cumê”

Da galinha Caipira, da vaca atolada,

Da pamonha bem docinha

E também da panelada.

Mas lá também “ta” tudo “muderno”

Já não toca mais Leonardo

O que virou moda agora

Foi o sertanejo arroxado.

As letras são esquisitas

Só toca esse “tchê tchê rê tchê tchê”

Outra que também faz sucesso

É o “bará bará berê”.

O “vistuaro” também mudou

Só andam bem arrumado

Usam umas calças justas

Ficam parecendo viado.

Lá trabalho com gado

Vendo para toda a região

Essa é minha maior riqueza

Junto com as “prantação”.

Mas fui andar mais um pouquinho

E uma moça me chamou a atenção

Usava uma bermuda pequena

De matar o “véio” do coração.

-Oi meu nome é Kelly

Adorei o seu carão

Deixe-me entrar um pouquinho

Pra te mostrar o que é diversão.

Eu fiquei “mei” abestado

Mas não da pra mim não

Só penso na minha Maria,

Minha “véia” do coração.

Chicão meu amor

“Vorte” logo aqui “pa” fazenda

Pra cuidar da “prantação” de soja

E também da sua morena.

Vou “findando” o meu passeio

Vou voltar para o Mato Grosso

Não consigo me acostumar

Com essas “muié” que só tem pele e osso.

Lá sim é que é vida

No meu pantanal

Com a “prantação” de soja

E o verde do milharal.

Até algum dia minha gente

Eu vou, mas um dia ei de voltar

Toda região tem sua beleza

Uma delas há de lhe agradar.

-Cuide logo meu “véio”

“Vamo” lá “pro” Mato Grosso

Os barrigudos tão com fome

E o feijão tropeiro “ta” bom e gostoso.

Estou voltando meu povo

Para lembrar dos meus projetos

São mesmo obras primas

O marco do Centro-Oeste.

-Aqui é terra do rock,

Sertanejo e universitário

Luan Santana, Munhoz e Mariano

São dois representantes dos vários.

-Esse dois gatinhos

Já passaram pela minha mão,

Visite a minha Brasília

E venha conhecer o meu colchão.

-A coisa está mesmo feia

Falo em nome da presidência

Mas prometo contornar

A situação com persistência.

Para isso meu povo

Eu peço de coração

O voto de vocês

Na próxima eleição.

Obrigado “persoal”

“Vamo” acabar com essa “cunverssa” de ladrão

É hora de nos despedir

E voltar para a nossa terra do coração.

karenRodrigues
Enviado por karenRodrigues em 16/10/2015
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