Flutuar no Tempo

Recebo conselhos para velejar a favor do vento, mas a cada dia que passa parece que o sol se joga à margem do tempo e firma convênios com as dificuldades. Dizem que imprevisto tem hora marcada, que os ponteiros do relógio tem seus ajustes ajustados e que num lapso do tempo, perder os links com o mundo é totalmente perdoável, porque no fim, tudo se resolve, tudo tem sua vez, mesmo que uma coisa não leva a outra, ou não leve e a gente não perceba. Ouço a voz a cantar que o dia ou é pra mais ou é pra menos, que para tudo há causas e efeitos, e isso é muito surpreendente. Também percebo a sugestão escrita na parede: se você achar uma coisa, procure outra... Mas... ainda fica a pergunta que nos emerge na ausência de motivos tão íntimos, na vontade de não fazer nada, no absorto do vazio: como flutuar no dia a dia da vida do tempo que vai e do tempo que fica?