Migrações Interiores

Entender essa matemática de “nadas” é como vasculhar a palha em busca de algo que se perdeu. Ao fim, não é o encontrar o que buscava que fará a diferença em minha vida, mas o aprendizado que tive ao me inclinar em direção ao até então desconhecido de mim. Claro, é difícil falar quando andamos prisioneiros de nós e laços que nós mesmos construímos. Mas, se falo é porque meu peito já mergulhou nesse magma milênios sem fim. Sei, é complicado até explicar. Mas quem disse que explicações preenchem a alma de poço em constante ebulição? Por isso... não conheço alma pequena para versos, nem varal de poemas sem dor... os lençóis de poesias são sempre manchados do sangue das cicatrizes corridas, tatuadas na alma em suas profundas migrações interiores. E é por isso que posso compreender os meus pra dentro e entender que, se colho vazios no cotidiano do tempo, não significa que carrego cestos cheios de nada... mas sim que... o vazio é um fardo pesado demais para carregar...

Maria
Enviado por Maria em 09/10/2015
Reeditado em 09/10/2015
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