Em eclipse
Não me importam as teorias dos astrônomos,
explicando cientificamente o eclipse da superlua,
se me interessa muito mais a visão dos poetas,
que somente desejam contemplar e se inspirar,
na beleza escultural da majestosa deusa prateada.
Tão longe, eu, na minha pequenina presença no universo,
e com minha ingênua e sonhadora alma na poesia,
escondo no fundo o medo de que ela não volte.
E se ela se cansou de ser a bela musa imponente,
e generosa, resolveu abrir espaço, para as estrelas mostrarem,
melhor seu brilho, mesmo as menores e mais distantes?
Ou cansou-se de ver tanta barbárie cometida no planeta em frente,
por gente que não cuida nem mesmo do lugar onde vivem,
e inexplicavelmente saem à procura de outros mundos?
Tomara que, eu, como um simples admirador,
e todos os outros conhecedores dos mistérios astrais,
estejamos todos absolutamente enganados,
e que apenas tenha se fechado a cortina, no palco do céu,
para que logo a seguir, a principal artista do show,
surja triunfante e esplendorosa, sob palmas retumbantes,
em agradecimento à plateia do divinal espetáculo!