HOJE

Hoje...

eu queria ter com quem falar, mas não tenho.

E para cá corro, escrevendo sem pensar,

sem ter intenção de rimar.

Minha tristeza vou despejando, em resposta as tristezas dela,

diante dos olhos de vocês, desejando que os olhos dela leiam.

E vou escrevendo... tentando me fazer ouvir

por um coração entre tantos aqui presentes.

Hoje, eu queria me sentir forte e independente, mas não posso.

Hoje, sou menino/homem, homem/menino.

E os dois se sentem fracos, tristes, vazios, e...

Dependentes dela.

Hoje...

A única coisa que eu queria era meus olhos fechar,

e conforto encontrar em um ombro, um peito

onde pudesse minha cabeça deitar, e chorar.

Depois, quando menos esperasse,

sentir meus cabelos afagados pelo toque de dedos – os dela;

E depois ouvir a voz dela aos meus ouvidos chegar,

me trazendo apenas uma pequena frase:

Eu ainda te amo, Marcos.

Hoje...

Eu não queria ter visto ela ir;

eu não queria lembrar;

eu não queria ter escrito;

eu não queria sentir essa angústia nossa,

e essa vontade de chorar.

Hoje...

eu só queria vê-la voltar, ou para ela ir;

eu só queria com ela sorrir;

eu só queria nós dois juntos,

não deixando nosso amor se esquecer de nós.