Fim de tarde de 7 de maio de 2015
Já falei sobre minha queda ao Budismo?
Tara, manias e projeções... Um bando rebelde de pássaros perdidos. Eis o fato fictício de um inexplicável improviso: fez valer a música desafinada com a voz quase nada dentro da canção escolhida errada... Mas na boa companhia. Abro a boemia com som de interrogação. Abro a mão e leio a linha da vida, sem contramão. Trago, mas não trago o que me viciou e vicia para bem perto de mim, bem ao meu alcance, quase uma extensão da ponta dos dedos. Mas não abuso – sequer uso. Cresce no quintal a bela árvore que enfeita a melancolia de dias obtusos e noites à revelia. Cheira no quintal o cheiro de mato verde ao cair da tarde e da chuva fina. Pinta no quintal os viveiros naturais dos amigos com asas, parentes próximos da minta fértil mente. Não há mais nada de tão belo e tão próximo a mim do que meu simples sorriso ao vê-los. Admirar nada me cobra, nada me custa, mas faço questão de pagar aumentando minha estadia nesse mundo ocioso, mas belo. Lavo o corpo e vou-me ao encontro do gracioso momento de reflexão – hora de meditar – de me editar – de me deleitar. Abro o frasco do remédio da mente: a própria. Deixo entrar bons fluídos e sólidos, pensamentos harmônicos e harpas invisíveis e inaudíveis... Harpas simbólicas como belas pombas brancas desengonçadas que passam ao natural ao normal e no trivial: defecando – bicando e engolindo formigas. Há uma rebeldia singular que avança como uma nau em mar bravio; desbancando ondas gigantes, ondas de choque e ondas de frio; enfrentando tempestades terríveis e níveis baixíssimos de cinismos; encarando chuvas de canivetes suíços e até paraguaios; enfrentando preconceitos e incertezas, raios de todos os calibres, cores e prestezas, rei, realeza e seus servos, soldados, lacaios, plebeus e tiranos... Tudo de pior, mais ou menos e melhor que caiba nesse parágrafo prófugo e insano.
Tara, manias e projeções... Como viver sem?
André Anlub