Amor palavra doce... Contrapõe-se à paixão

Vera Sarres 1983

Amor palavra doce... Contrapõe-se à paixão

Paixão pelo desconhecido, pelo próprio amor em si

Platônica, não entendida, simplesmente vivida pelo tempo que durou

Devo te dizer que percebi... sua ardência mal fingida

Em você uma esperança, nem sempre esclarecida

durou pouco, muito pouco, e agora acompanha o destempero

Volte amor de um sonho, ao nosso sonho de sonhar apenas

Sonho de querer o impossível,

Agarrar esta realidade, tão irreal

Com todo o meu ser falível

Preciso que apareça como amigo, não faz mal

Quero-te novamente em minha vida, até então vivida em escritas eruditas

A esperança é o meu forte, a decepção minhas verdades sempre ditas

Perseverança, paciência são meu norte

Que bússola alguma alcança

Este seu coração ao mesmo tempo fraco e forte

Oh Céus como te quero!

Oh tristeza que não consegues enxergar... esta morte

Morte de sonho, e de vida

Lá longe no teu mar, em teu veleiro te escondes

De mim, da realidade com covardia

Ao não demonstrar seus sentimento ,

vivos, verdadeiros e humanos!

Sai deste caracol, caramujo eremita

Permita-se acreditar em teus instintos

Tristes, sarcásticos e ao mesmo tempo famintos

Venha para a realidade do mundo que aqui fora existe

Te aguardo com um amor incontido, sofrido...

Um dia, sem pressa, sem medos

Voltar ao meu mundo, tão diferente

E ao mesmo tempo igual

Amor palavra doce... contrapõe-se à paixão