Eu tive um sonho...
Quando era menina. Muito menina ainda, e só tinha olhos para o mundo e um desejo quente no coração, eu já sabia das dores da minha gente e da ilusão.
Então quis fugir. Ser gente grande, não com avental ou vassoura na mão. Não queria ser bruxa, fada ou madrasta, mas falar, falar, e falar pra toda gente....Tecer cantos, entreter gentes em outras e todas as línguas. Plantar sementes de esperanças e colírios para as dores de visão. Eu queria ser pintora para trocar o cinza por outras cores. Ou, artista...? Ver além dos bastidores .... Eu só queria estudar.... Estudar pessoas, sentimentos e amores.
E do alto de umas árvores que subi, bem alto, quando criança. Lancei alto meus desejos e um pássaro arteiro, que nem gente pequena levou meus desejos prisioneiros. Talvez fosse um Tupã, Jeová ou criador muito esperto e inteligente, e do bico da ave recebeu tal desejo. Fez-se, então, chuva de verdades e irrigou nas Terras tantas novidades, dizendo:
- Criança tem direitos de criança, participação nos doces e nas esperanças. Deve ter escola de toda sorte. Deixar soltos seus pensamentos, brincar livre na criatividade de mãos dadas com a ingenuidade, para ser adulto pleno e feliz. E sendo bons os seus desejos que deem bons frutos e produzam muitos risos amenos em corações quentes.
E eu respondi: - Agora meu destino não será apanhar de marido...., pois é o que eu "Outrora"... mais via.
E até hoje eu espero Às janelas destas terras, que os ventos tragam outros pássaros que alcem alto todos os desejos de outras crianças, que caladas sonham pelas altas madrugadas geladas.