CRUELDADE E MALDADE

Disse-me assim :

 
Observo meus animais, uma cadela boxer, Brida,  uma gata de rua Kate e seus dois filhos que adotamos  por estes dias ; outra gata de rua negra linda K. que adotamos a mais tempo e seus dois filhotes Vicente Mandela e Pescoço, além de Pixote, o último gato que adotamos. São  tão quietos, pacíficos,  com personalidade tão integra, não tem que se adaptar a nada. Não são como nós que temos que nos adequar aos caprichos da vida com outros homens: as normas, regulamentos, etiquetas, posição social, modos de vestir, de falar, de ser, e de estar. Os animais são cruéis? Sim são crus em seus instintos, ontem tive muita pena de uma lagartixa que virou "brinquedinho" dos quatro gatos, eles são eficientes na caça.   Cometeram inúmeras crueldades, mas por incrível que pareça não faziam por maldade, mas por instinto, bem diferente da maldade humana que é a rebelião do instinto contra as normas sociais  e os caprichos da cultura.  Disse- me ainda, não vou me adaptar nunca aos padrões. Eles são demais para minha cabeça animal, não quero ser o "civilizado" e com isto introjetar a neurose que surgem da tentativa de nos  adaptar a padrões de civilização que são sofisticados demais para a nossa mente. Me vingar dos outros homens através da maldade como protesto as restrições a mim colocadas a fórceps, desenvolver em mim o rancor, a trapaça, a covardia e a falta de respeito, tou fora!

Prefiro as emoções simples e diretas dos animais que são crueis mais não são vis e nem torpes, e  se são cruéis é por instinto,  sua astucia é uma estratégia ancestral de sobrevivência.

 
Labareda
Enviado por Labareda em 20/06/2015
Reeditado em 29/06/2015
Código do texto: T5284068
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