Descontexto
Pititinha, já correndo. Já cantando
Já compondo artimanhas
Do destino
Pititinho?
Só se ria e corria, sem ter
Medo
Porque tinha perninhas fortes, na jabuticabeira . Subia.
Corria, girava, soltava os balões que subiam
No riso frouxo se perdiam
Nas nuvem brancas, castelos.
Dos sonhos poucos, da idade nada. Não
Sabia como seria.
Não se preocupava, porque não tinha
Porque.
Guiava-se pelo vento, pelas noites que caiam
E o jantar que serviam
Cresceu assim sem saber, sem querer
Ordem ou lugar. Regras pra que?
Nas palavras desconexas, tentava bordar o destino.
Mas não tinha.
O dia só começava, quando ela sorria. Lavava o rosto e se ria.
Da desgraça, do moço, do filho ou de nada.
Soerguia pre-gui-ço-sa-mente.
E se ia.
Relógio não sabia.
O pulsar do coração ou o sorriso eram seus guias.
As vontades eram comandadas pelo ritmo incerto de cada hora,noite ou dia. Preferia as madrugadas.
Mas se ia, se erguia e se ria.
Compunha entre os dedos,entre a boca, desconexões tão conexas.
Agradava e desagradava, a si e aos outros.
Não importa. Quem se importa.
Só ia.