EU PODERIA... (um "poema" para outros "poemas")
Eu poderia, em momentos de dor,
pela tinta da caneta,
deixar minhas lágrimas correrem sobre a folha de papel,
em uma data especial,
mostrando minha mágoa,
tentando te afastar,
querendo te fazer pensar diferente sobre mim,
querendo até de fazer acreditar que apenas uma ilusão vivi,
e que o nós deixou de ser importante.
Mas isso apenas me machucaria mais.
Isso nada mudaria em relação ao sentimento que no meu e no teu peito vive.
Eu poderia me dizer “menina alegre que é vista sumindo para dar lugar a uma mulher amarga” – mesmo sabendo que isso nada vai mudar, pois vou sempre me sentir amada por quem quero afastar, e que eu mesma ainda amo.
Eu poderia dizer “te desejo tudo de bom. Seja feliz. Eu, ao meu modo, vou tentar superar o que estou sentindo, e sei que vou conseguir” – mesmo sabendo que a pessoa que leu essas palavras, sempre soube ler muito mais em minhas palavras; entende minha forma de ser, de agir, e sente meu carinho.
Eu poderia “FRANGALHOS” transformar em poesia, e querer esquecer o quanto já caminhamos, tudo que já conquistamos, tudo que já superamos.
Eu poderia poeticamente dizer quantas vezes ri; o quanto me entreguei e “nada” recebi; comentar sobre “mentiras” ou verdades escondidas que ditas não foram...
e tentar me convencer que nunca agi de forma semelhante.
Eu poderia até assumir que estou fazendo o “jogo do contente”, mas prefiro confessar
Que jogar batalha naval sozinho é ruim demais.
Eu poderia te negar notícias por mais que você me pedisse.
Eu poderia não fazer o que disse que faria, e assim ter a ilusão que te esqueço, que não sei de você, que não te deixo saber de mim... quando na verdade, o que mais quero é muito diferente de tudo isso.
Eu poderia mentir, omitir... mesmo sabendo que você sabe quando faço isso.
Eu poderia usar o título de Rainha que ganhei – mas sempre me lembraria que em meu trono já existia um rei, e que o máximo que consigo é ser igual a ele na arte de ler nas entrelinhas, na arte de me sentir.
Eu poderia tentar fazer o que sei que desperta ciúme, e fingir que não entendo uma pergunta... mas para que, se já confessei que quando assim ajo é porque quero despertar o ciúme – e isso nada mais será que confessar que você ainda quero.
Eu poderia dizer que “as estrelas não brilham mais; que fechei a janela, e que apaguei momentos” (é... eu disse que sabia que você leria) – mas para que, se minha janela fechada não impede meu coração de enxergar o brilho de nossos olhos; não impede minh’alma de vagar a procura da tua.
Eu poderia tanta coisa fazer...
Eu poderia tanta coisa tentar...
Você pode tanta coisa fazer...
Você pode tanta coisa tentar...
Mas a única certeza que sempre vamos ter é que, tentando ou não, fazendo ou não, nunca vamos conseguir apagar o amor que nos une e sempre vai estar vivo, Sue.
Fica bem, meu dengo...
Fica bem, minha Rainha.