Bem na cara
A morte está à espreita em todo lugar que eu vá. Nas esquinas, nos cantos, ela me olha torto e olha reto.
Jogando na minha cara chuvas de corpos cadavéricos. De gente e de bicho.
Basta atravessar a rua ou descer as escadas e ela está lá, inerte. Horas a fio, a me desafiar.
Sangue nos degraus, caído, já seco.
Olhos rasos, ainda sem costume, apesar da assiduidade.
Por que ela gosta tanto de mim? Por que me chama com tanta voracidade?