Na Ginga
Ando com anemia poética
Ando precisada da liberdade que me nutre,
Que me desperta!
Seu moço, aí tem despertador de palavras?
Seu moço, tem batucada?
Difusor de sentimento, aí tem, seu moço?
Seu moço, me acende um insenso?
Toca um berimbau, seu moço?
E roda de samba, tem?
Quero pisar nos pesos,
Sapatear sobre os medos
Pisa, cabocla!
Ôh, seu moço...
Eu quero aquele som do caxixi!
Que quando eu fecho os olhos, seu moço,
É som de guizo que tiro dalí...
Cobra, se ainda precisa dizer, né, seu moço!
Cobra também é de Deus...
Bicho que se defende!
Seu moço, me vê uma ginga de serpente?