Vermelho Sangue

Rabisquei o céu de vermelho com o meu olhar contestante pela manhã: sempre achei que o azul não é a cor conveniente para o que chamam de empíreo. Há uma impureza na minha oração. Há um quê divino no meu delírio. Há uma santidade na minha perdição. O meu correto é ao avesso.

E hoje, quando o céu adormecer, logo mais, na boca da noite, ainda estará rabiscado em vermelho a minha mais doce ilusão: revelar a mentira do divino Deus, aquele punidor para a maioria de nós. Estará lá, na porta do céu, manchando os sapatos divinos, os meus pecados na cor vermelha. Vermelho vivo, vermelho sangue.

Lui Jota
Enviado por Lui Jota em 22/02/2015
Reeditado em 22/02/2015
Código do texto: T5145632
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