PERNAMBUCO E MARANHÃO
A marca da firruada
de semana passada, ainda
tava inchada.
O batente num pudia parar
Já cedo, de madrugadinha
O balangar da guiada
fazia tanger as argolas
Carga feita, arroxada
In'arripios pernambuco aprumava
e puxava
Maranhão ritrucia in'rabanada
Isprivitado, acumpanhava.
A junta de boi rumpia tudo
Chuva, barro, buraco, sóle,
o peso da carga e da
ignorânça du carrêro
Rumpia... inté qui um dia
na vorta do buquêrão
Pernambuco indureceu as junta.
Prostô.
Pernambuco trimia
batia as pata, soprava frôxo
e babava
Sem força pra levantar
só mixia difato pruquê
o cumpanhêro tentava arrastar.
Maranhão bufuva
rifugava
Diante da mardade do carrêro
qui firruano o lombo do parcêro
deitado
nome feio ainda xingava.
Tem coisa ca -gente
num isquece
Hoje dispois de trinta e dois ano
Carrego comigo na mente
A imagem dos bois trelados
na vorta do buquêrão
Pernambuco e Maranhão.
A cruiz alí fincada, ficô
como a ponta daquele ferrão
cravada
na tábua du-meu coração.