Boto

No galope manso do rio

No remanso liso do teu “rebujo”

Vens deslizando nas águas

No feitiço puro em que te procuro

Em lenda para outras línguas

Em vivência para meu sonhar

Te vivo e em ti me encanto

No doce sonho de te imaginar

Suspiro de ilusão

Da cunhã a te esperar

A esperar o teu amor

De saudade a bubuiá

E no balanço desse rio

Estou sempre a te escrever

Te desenho e te sonho

Sem mesmo te conhecer.