Lembranças

Quando ele me veio, senti todo o meu corpo estremecer. Os calafrios subiam pela minha espinha. E nas costas a lanugem só crescia. Enquanto fiquei paralisada, ele ousou por trás descer a alça do meu vestido. Primeiro um ombro, depois o outro. E quando não me dei conta, já estava deitada na areia da praia. Não tive tempo sequer para suspiros, não tive tempo para os gemidos, apenas a falta do ar acometeu-me.

E quando a chuva começou a desvencilhar-se do céu, pude lamber parte dela e senti toda a quentura que me alisava enquanto o frio se instalava bem de leve alternando as minhas emoções. Num pedaço de chuva mordida ainda senti tudo o que me resguardava: O carinho dele sobre a minha pele desnuda. Os beijos suaves percorrendo o interno das minhas coxas e algum tempo de espera até que a chuva tornasse torrentes melífluas de um temporal exacerbado até o grito murmurado dentro dos nossos próprios lábios.

Compreendi que estava no céu.

Balinha de Limão
Enviado por Balinha de Limão em 09/01/2015
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