Crotilde
CROTILDE
Beleza que não tinha fim
Passarin em seus nin
Mercadin do Geraldin
O lugarzin bão!
[...]
- Bom dia, Maria!
- Bom dia, Crodoaldo!
- Êta menino bão de bola, oia que sorrisão mais largo! Esse Betin tá de parabéns, né Bastião?
- Num é que ocê tem razão de vera, Franciscu...
'' Gaivota, que voa longe, voa tão alto.. Gaivota que sempre voa, Atrás de um alvo"
- Êta, nois, a Craudia acordou com mer na boca, espia só, Nirvaldo!
- Ô, de vera, Tomêr, que coisa bôa, uai!
[Tomê]: ararararararara, êta felicidade bunita!
- Lá vem a Crotilde, esta canta bem, vamus ver u que ela var cantar hoje. Espia, Nirvaldo, ela tá com um vestido bunito, com flores da cor de maça e o sapato verde limão.
- Tomê, esta nova Crotilde é um colírio pro meus oios
- Ah, Tomê, e a voz dela é canção pro meu coração
- Mais, nois num pode ficar falando muito, não, ocê já viu o tamanho do marido dela?
- Eu já, Tomê, mais o cabra é gente bôa, um dia ele convidou nois pra armoçar na fazenda do pai dele, e nois fomo todo mundo pra lá, a Crotilde que tinha feito o arlmoço, e que armoço...
- Êta, Nirvaldo, cê num falou disso pra eu não, uai!
- Mais no finar, ocê num sabe o que o cabra aprontou com a Crotilde
- Conta logo, homi
- Pegou ela no colo e rodou ela igual peão de madera, e falou perto de todo mundo:
" Essa fror, essa péurola, êsse perfume, essa muié é a minha vida, se eu ver algum cabra enconstando os zoios nela, eu fecho a boca dele com formigaaaaaaa'
- Cruz credo, armaria, Nirvaldo, cê besta homi
- Tô te falando, Tomê, é por isso que ela num sai de casa, o cabra é violento da peste.
Prosa: Caipira na Roça
Autora: Karine Oliveira Cardoso
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