No cagaço...rir é o melhor remédio
No hospital, há poucos dias, o médico diagnosticava meu marido como um caso para ponte de safena, eu não sabia se me atirava no chão ou se pulava da janela, tamanho o pavor que se apoderou de mim. Sempre fui medrosa para doenças e hospitais, tenho pânico de avental branco, até em salão de cabeleireiro. Acho que sou uma pessoa de muita fé, nunca perco a esperança. Em situações de aflição como esta que vivi, acho que sempre podemos amenizar a dor com otimismo e bom humor, pois desta forma criamos à nossa volta um campo de força que pode atrair coisas boas. O médico, com um ar preocupado, relatava a meu marido que a medicação usada por muitos anos para repor hormônios da tireoide havia afetado o coração. O meu mundo começou a desabar ali mesmo. Eu fazia força para ficar de pé e manter a dignidade, não podia chorar nem sair berrando hospital a fora. Estava agarrada à cama, mas tinha a impressão que o meu corpo se movimentava como o pêndulo de um relógio, mas não caí. Num ímpeto, e para tentar mostrar que as coisas não estavam tão ruins, eu disse ao médico:
–“Doutor, por sorte ele não ficou bicha!!!”. Primeiro fez-se um silêncio interminável, depois, o médico teve que rir da bestialidade que falei e o paciente riu mais ainda. Este é o rir para não chorar, mas funciona.