A ESPERA
A ESPERA tem duas faces, ambas espectrais: as fadinhas das boas novas e os ogros das más notícias.
A FÉ ampara, é persistente e inabalável. A FORÇA estabelece contatos imediatos e busca informações. O organismo defende seu território e impugna o pior prognóstico. A dúvida vem de mansinho e assalta as noites mal dormidas em travesseiros molhados de lágrimas que brotam do pânico que insiste em prosperar, e do receio da inabilidade em lidar com a realidade que pode ser assustadora... lágrimas que a noite esconde, medos que a noite aplaca, entendimentos que um novo dia racionaliza.
Lembro de um poema que conheci na infância: “esperar, esperar, como se espera quando o punhal da dúvida aguilhoa...”.
Expectativa X incerteza - uma medida de forças entre o racional que reage à dor e o emocional que se desespera, mesmo diante da imposição da lucidez necessária para enfrentar o que vier.
Uma contenda entre a impaciência e a aceitação. Luta inglória? Depende...
Torcendo para que vença a ESPERANÇA (que espera, espera e alcança).