Insônia.
Volto a não dormir. É como se o corpo se acostumasse à dor de ficar acordado, em detrimento da dor que sente ao pensar no que se passa durante o dia...
O corpo pede: cama..
mas a cabeça pede descanso. Cansada de tanta luta, de tanta desesperança, que nem devia sentir...
Na verdade a cabeça volita entre a cabeça desavisada do menino que não sente nada e os problemas maiores, que atormentam a calma. A cabeça se define, como a parte que manda no corpo. E, o corpo, insone.. procura sanar a fome.. de resolver tudo de uma vez.
Náuseas. Mais uma vez o estômago reclama de tanta voracidade. Existirá mesmo tanta fome?!? Na verdade o que parece é que o próprio corpo se come, numa ânsia por matar o que corrói por dentro...
O corpo pensa numa velocidade maior que a Br Turbo.. O corpo se enrola nos fatos, nos versos e nas situações mal resolvidas. A cabeça quer fugir de velhos cenários. Tud parece inconformado.. e a poesia ferve....
Sim, nas veias ferve um sangue poético, que mesmo em meio a tanta insônia... perece. O sangue perece, mas não apodrece as vísceras. Alguma parte quer lutar por tudo o que se perdeu nos versos, nos devaneios de menina.. nos sonhares atrasados e tão pertencentes ao Século XIX!! Sim, a menina para e olha o relógio. Se espanta com tanta tecnologia errada no seu mundo adiantado demais pros seus dóceis sonhos de menina do Século XIX.
Mas o pai já se foi... a empresa perdeu o chão, a mãe está chateada.. o irmão se encontrou em seus próprios labirintos. E a menina.. tinha deixado de ser EU há tanto tempo!!!
Deixa ela de lado, ora essa....