Ao ser que pensa como eu.

Hoje os homens não têm tempo pra viver

Esqueceram-se que do alto vem som

Das alturas do silêncio vem a vida

Para dar sem parcimônia luz e dom.

Aos que andam nas alturas dos desejos

Antevejo a derrota à luz do sol

Se acordam muito cedo perdem tempo

Contra o vento querem ir atrás do pó.

No crepúsculo de um dia cor de prata

Suas vidas distraídas andam ao léu

Na disputa por mais um cordão de ouro

Um tesouro que derrete no crisol

Na quentura da existência mórbida

Fecham a porta pra fugir da luz do sol

Da verdade da efêmera consciência

Posta ao lado da suprema confissão,

Que ao pobre não concerne ser dotado

De valores que só há na comunhão,

No encontro da criança com seus pais

Criatura reverente profissão

Pois só há sobre os humanos uma força

Que dirige os caminhos da razão.

Sob a luz da divina providência

As ciências das estrelas não reluz

Criatura se tornou maior que Deus

É chegado o acerto a decisão

Quem domina sem ser forte morre cedo

Pois o medo cominou na perdição

Alienado do intrínseco desejo

Seu cortejo chegará com prontidão.

Morre o homem morre, a vida que labuta

Prece curta dirigida a ídolo vão

Criatura não se cansa da consulta

Paga a multa de usurpar um bom quinhão

É ao criador que devem a vida

Percebida nas entranhas do vigor.

Todavia é inútil meu discurso

Tá em curso a predita evolução

Só restará na incógnita consciência

Um enigma ao que pensa a solução.

O destino findo breve chegou tarde

Aos covardes que se esqueceram da razão.

Evan do Carmo

Brasília 09/05/2007

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 16/05/2007
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