A vontade das palavras
Haja um aparelho que meça a profundidade de palavras que o leitor talvez possa não gostar. Uma sabedoria divina que a sina do poeta talvez seja dizer e não ser compreensão. Uma máquina ledora de tudo que digo nas linhas que o papel sublinha de todo sentimento.
Haja um dia de sorte antes que a morte seja velada e levada à resposta revelada onde agora não se está. Um momento de tal glória que a história deixe à memória um gosto a mais de ser pelo querer. Um desejo realizado a um pobre coitado que só soube sentir por falta de opção.
Haja uma cura de um dia a toda avaria que ao homem sorri sem se despedir. Um remédio ao tédio todo privilégio do que ama alguém sem valor se dar. Um amor que dure um sentimento eterno de quem se juntar. Um alívio claro, sentimento raro, de quem só está.
Haja neste mundo morto um amor conforto, feito o de mãe, que não esgota a fonte de um bem querer exato feito calcular. Um amor que seja próximo por natureza de qualquer pobreza ou de um avatar. Sentimento grande que também se expande deve se achar.
Haja um jeito delicado, todo predicado de homem ou mulher. Um tratar respeito a qualquer sujeito que sente no peito o que bem quiser. Sejam todas as pessoas como as garoas de qualquer lugar: leves, calmas, agradáveis ou algo além de passageiras, pois isso, somos, basta se pensar.