Sobre aquilo que ninguém lê
As horas que passam sem pretensão nenhuma de ser cedo ou ser tarde, as luzes da cidade dissipam a escuridão que as rodeiam, e eu? Deveria estar dormindo, sempre penso nisso, mas hoje já se passam das 4 da manhã, ou da noite (depende se é cedo ou se é tarde) para alguns é bom dia, para outros boa noite, e para meia dúzia que passa sem dizer nada eu já não sei.
Para mim é hora de ir dormir, como disse já deveria ter feito isso a muito tempo, o olho cansado pede solenemente que eu faça isso e rápido, a barriga que ronca de fome ansiando o café da manhã agradeceria muito se eu olhasse as horas e percebesse, mas a cabeça essa ta indo longe, partiu a pouco, disse que demora, pediu pra eu esperar enquanto ela tenta se entender, me entender, talvez entender porque diacho eu ainda estou acordado se já são quase 5 horas da manhã, a desculpa de que é pra ver o nascer do sol já nem cola mais, já nem vejo mais nada, quando vejo já clareou, já anoiteceu, já envelheci 10 anos ou mais, já não sei o que fazer, o que pensar em meio a turbilhões de ideias, a marés que sobem e descem numa certa velocidade que nem adianta tentar construir prédios em volta, porque ela vai destruir, em meio a dias vazios, a pessoas vazias com seus copos cheios, em meio a solidão da madrugada.
Em meio a tudo me dizendo que o melhor é dormir, vejo de longe minha mente voltando correndo como se tivesse tido uma ideia, como se tivesse se enchido de novo, parece até que posso ver uma lâmpada em cima dela, ela que antes quase apagada se ilumina de esperança de novo, talvez pra tentar mudar o mundo, o meu mundo, talvez expandir, convidar mais gente, crescer, em meio a mundos vazios por aí essa pode ser uma ideia perigosa, caramba agora que não durmo mesmo.