Ah! Sim. Como se fosse hoje

Oi filha! Vamos conversar?

Tudo bem, só se você....,

Ah! Sim! Lembro-me como se fosse hoje,

Podíamos sentar e conversar um pouco?

Sobre o que? Palavras, palavras, palavras...

Vamos falar na língua do “P”

Eu falo e você me diz o que eu disse;

Que horas você quer começar?

Você é quem sabe.

Tudo bem, então.

Conversaremos ao meio dia,

Talvez à tarde, quem sabe após pegar você na escola, a noitinha.

Não sei quando começaríamos...

Porém; gostaria de conversar contigo até não sei que horas,

Quem sabe até quando a lua se for;

E as estrelas não mais brilhassem no céu,

Depois de muitas histórias.

Aí, então, começaria te falar poesias,

Das contagens dos carros nas estradas,

Quando viajávamos, e só a Emília ganhava.

Ela só escolhia carros brancos!

AH! Menina esperta!!!

Falar-te dos pássaros,

Das arvores, de balançar nas raízes das figueiras.

Penduradas nos seus galhos na beira da estrada,

Vendo a lua cheia a noitinha quando de volta para Rio Preto,

Falaríamos também do bosque, das fotografias tiradas na beira do lago,

Da boca do Hipopótamo no zôo de Goiânia, do macaco neto,

Até mesmo do estouro do compressor no posto de gasolina,

Na Avenida Bady Bassit quando nós íamos de viagem.

Falar dos campos, rosas e corações.

Falaria do ano de 1986, mês de maio, quem sabe do dia 22.

Nem sei, mas neste dia, maravilhoso, que Deus do céu

enviou o seu fôlego de vida.

E deu vida uma criança, linda, e que todos olhavam e

Queriam te pegar no colo, e pegando falavam:

__Esta menina não vai sobreviver!

Ela é muito esperta.

Ela é a menina mais linda que já vi.

Falaríamos da sua festa de dois anos, maravilhosa.

Que num determinado instante eu a encontrei chorando junto ao poste de luz

Ou de quando comecei a te ensinar andar de bicicleta,

Do tombo que você teve, não culpa sua,...

E foi preciso te levar para o hospital.

Éh!..., Precisaríamos nos falar muito

Falar de pai para filha, de filha para pai.

Falar que te amo, e que sua vida está em mim

Como a minha está em ti.

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Passaram os tempos e apenas 15 anos depois,

Aí está você, moça, botão de rosa formosa,

Querendo desabrochar para a vida,

Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós,

Como pássaros, uma pombinha a voar.

Tudo é belo, tudo é bom, tudo sabe, mas, nem tudo pode.

Ah! Se eu pudesse voar, voaria todos os dias até onde você estivesse.

Somente para te dizer bem baixinho, aos seus ouvidos,

Meu amor te amo, e te desejo tudo de bom.

Em toda a sua vida.

Tudo bem, com você....,

Ah! Sim! Lembro-me como se fosse hoje,

Podíamos sentar e conversar um pouco?

...

Papai te ama

The peace of God.

God bless you every days

Autor: ava

20/05/2001

AVALCANTARA
Enviado por AVALCANTARA em 29/05/2014
Reeditado em 29/05/2014
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