Efervescências

Não saberia dizer quando foi que deixou de ser amizade para ser essa efervescência dentro de mim. Não saberia.

Talvez essa efervescência tenha sido o meu combustível todo esse tempo, eu somente ignorei-a, dando importância para a minha índole.

Também não saberia dizer se essa efervescência me aquece ou me consome. Ainda não descobri.

Mas sei que não quero descobrir isso de maneira simples. Prefiro a maneira que me cabe. Prefiro descobrir de olhos fechados, com minhas mãos pousadas sobre a suavidade de seus cabelos, e dizer quanto medem.

Prefiro descobrir, descrevendo a textura de seus lábios, deglutido em beijos. Prefiro descobrir se essa efervescência, que me acompanha enquanto caminho, esta ligada aos meus pensamentos preocupados, se pensas em mim também.

Eu sei que essa efervescência arde quando não vens, e queima quando está aqui. Eu sei que ela dói, e sei que gosto disso.

Mas não direi a você dessa minha efervescência, deixarei que você a perceba quando estiveres junto a mim, e quando me flagrar roubando flores de jardins para ti. Deixarei que perceba a efervescência brotar do olhar e em murmúrios pronunciados ao pé do ouvido.

Talvez assim você descubra também, que eu te amo.

Marco Romano
Enviado por Marco Romano em 09/05/2007
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