Um amor...

Se o tempo não levou

Não morreu

Se não morreu

Vive!

Se ainda vive

Viva!

Um amor...

Parecia que tínhamos nascido um para o outro. Tudo se encaixava graciosamente como num lindo emaranhado. Que ata e desata sem deixar nó. Até no que não nos parecíamos, completávamo-nos...

Foi um amor tímido no começo, sem muitas pretensões. Éramos jovens e livres. Éramos velhos e livres. Afinal, a liberdade está dentro de nós! E quem quer saber de liberdade quando se ama assim. Queremos mais é nos sentir presos, amarrados e algemados um no outro, o dia inteiro, o mês inteiro, o ano inteiro, a vida inteira, e além da eternidade!

Foi um amor intenso. Forte demais. Único. Jamais haverá outro igual nesse raio de vida.

Amanheceu e anoiteceu todos os dias, e a cada dia aumentava mais, como se fosse de fato infinito!

O amor cresceu em mim e em você. Formou um nós. Éramos um casal, sem nunca termos sido um. O mais lindo, o mais perfeito casal. Nossas mãos entrelaçavam-se num encaixe perfeito.

Nossas bocas se beijavam no beijo perfeito. Nossos corpos se encontravam no encontro perfeito!

Tudo a nossa volta sempre teve um clima de magia. Tinha o clima do amor. O verdadeiro amor. Único! E cada momento era sempre o melhor. Tudo era perfeito. Até o nosso silêncio era perfeito! Até as nossas imperfeições eram amadas pelo outro.

Tínhamos sonhos, planos, objetivos. Mas nunca paramos para decidir nada. Não precisava. Tínhamos a eternidade!

Sim, pensávamos que era pra sempre! Sim, pensávamos que duraria além da eternidade!

E durou...

Durou o tempo que deveria durar.

Durou um segundo, uma hora, um dia, uma vida!

Durou tanto, que dura até hoje, mesmo não durando mais.

Ele dura e perdura. Ele vive e sobrevive das lembranças, das marcas deixadas, das cicatrizes abertas e nem sempre fechadas. Resiste em cada sopro de vida meu. Resiste em cada dia e em cada noite. Resiste em cada pedaço de céu, em cada gota de chuva, em cada lágrima derramada. Resiste em cada recordação. Como esquecer aquele olhar de amor? Como esquecer aquele momento em que quase tocávamos o amor?

Como esquecer de você? Como lembrar de mim?

Sim, ele resiste bravamente, mesmo não resistindo mais.

Foi um amor lindo. Todos achavam. Mas ninguém sabia dele. Ele era só meu e seu, e era do mundo. Porém o mundo não entendeu. O mundo ainda não entendia um amor assim. Nem mesmo nós dois entendíamos um amor assim. Capaz de existir mesmo quando não existe mais...capaz de continuar a sangrar mesmo sem uma gota de sangue sobrevivente. Todas já haviam sangrado. Nós já havíamos sangrado até a morte...

Morremos na morte, e renascemos nesse amor que não morre!

27/03/2014

Valdirene Nogueira
Enviado por Valdirene Nogueira em 31/03/2014
Reeditado em 31/03/2014
Código do texto: T4750887
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.