SAUDADE
Abro as janelas do meu quarto e contemplo o céu. A lua é cheia, bela e exuberante, estrelas espalham-se pelo infinito inspirando poetas e amantes.
De um jardim próximo exala um doce e envolvente perfume de rosas. Noite calma e serena. A brisa acaricia minha face, na vã tentativa de secar uma lágrima que teima em cair.
São noites como essas que trazem lembranças de alegrias passadas, e fazem reviver as dores de despedidas.
Um aperto no peito... melancolia... um suspiro pelo que já foi e não volta mais. Infância, amigos e amores passaram pela minha vida como um rio que desliza suavemente pelo seu leito, sem nada o deter.
As noites de outros tempos permanecem no presente; a lua em cada fase é sempre a mesma, as mesmas estrelas, o mesmo perfume de rosas, as mesmas recordações.
Fecho os olhos na tentativa de absorver toda a beleza que está à minha frente. Oh, abençoada natureza que me fortalece e acalma!
A saudade chega, é formada de noites belas e tem o doce perfume das rosas.
Cerro as janelas suavemente, as lembranças me fazem companhia e aliviam a solidão.
Sorrio para as recordações, a vida é rio que segue e a saudade permanece, embalando os sonhos que, suavemente, adormecem...